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Minha mãe exemplo de mulher!

Boa noite, Bom dia, Boa tarde!!

Esse texto já o escrevi há algum tempo no dia das mulheres, porém como fala da minha mãe e ela foi uma pessoa maravilhosa, com certeza esse espaço é merecidamente dela.

Acredito que o Dia das Mães  assim como muitos outros é só mais um data comercial, entretanto acabamos por fazer uma reflexão sobre nós, mães, sobre como somos  ou fomos com as nossas mães….

A MINHA MÃE!!

Minha mãe teria hoje   85  anos, mas no dia 25 deste mês, fará 11 que ela desencarnou  vítima de um câncer no fígado.

Uma mulher que desde pequena sofreu muito, pois quando começou a aprender escrever o nome, foi tirada da escola para ajudar na lavoura da família, e não mais retornou.

Muitas vezes penso nisso: “Mesmo só sabendo escrever o nome, não deixou de mostrar o melhor caminho para seus filhos(as)”!!

E teve uma filha professora de Língua portuguesa!

Não ensinei minha mãe a ler, talvez uma das coisas que me cobro quando paro para pensar.

Sempre comentei com os meus alunos sobre o papel da mulher na sociedade, e falava que eu vivi o período da Ditadura Militar e a transição deste para todos os outros modelos educacionais e sociais que foram surgindo.

Minha mãe, assim como várias outras pessoas um pouco mais experientes que eu, viveram  e foram educadas numa sociedade totalmente ditatorial, com famílias que prezavam a educação tradicionalíssima. Um período de muito sofrimento!

A MULHER QUE MARCOU a minha vida,  casou-se, e talvez até existisse algum sentimento, mas principalmente para sair da casa de seus pais, pois não aguentava o estilo de vida que lhe era imposto.

Casou-se, mudou-se, teve filhos, mudou-se!! Saindo do Rio Grande do Sul, passando por Santa Catarina, chegando ao Paraná, Guarapuava, Guaraniaçu.

Criou filhos legítimos e adotivos!

Sofreu! Eu nasci quando minha mãe já achava que não teria mais filhos. Ela tinha 42 anos! Agora imagine você, o que era ter uma criança na década de 70, com 42 anos de idade, depois de já ter dado a luz  11 filhos, incluindo duas gestações de gêmeos???

Minha irmã mais velha conta várias histórias da minha família.

Histórias tristes! Histórias em que minha mãe deixava todos os filhos(as) comerem para que se depois sobrasse comida, ela comeria.

Quando meu pai nos deixou, eu tinha apenas 4 anos. E minha mãe ficou com praticamente todos os filhos para criar. Sem posses.

Lavou roupa para fora, fez pães! E mesmo quando eu já tinha meus 10, 11, 12 anos e morávamos em uma chácara em Guaraniaçu, ela sofria com artrose em todos os dedos das  mãos, levantava as 5:30 da manhã, ia tirar leite das vacas  e saia a pé vender leite, mandioca, batata doce, enfim, coisas que ela mesma plantava, para juntar um pouco mais de dinheiro para suprir as despesas da casa.

Lembro-me de uma manhã em que ela  me acordou, chorando, com dor nas mãos, para que eu fosse chamar uma vizinha para tirar o leite das vacas, porque ela não conseguiria.

Quando eu cresci um pouco, ajudava-a mas tarefas de casa, encaminhava o almoço, fazia as minhas tarefas da escola, pois os outros irmãos mais velhos trabalhavam fora.

Depois que comecei a trabalhar fora também, e isso foi quando eu fiz 14 anos, logo saimos da chácara, pois se tivéssemos ficado lá minha mãe com certeza teria nos deixado muito antes.

Posso dizer, que foi a partir desta época que ela começou a ter um pouco de tranquilidade.

Mas foi somente  quando nos mudamos para Cascavel, em 98, que ela realmente foi feliz!

Encontrou amigos(as) no Grupo da Terceira Idade da Igreja Nossa Senhora do Caravagio! Passeava! Ia à missa quando queria, morávamos a uma quadra da Igreja.

Tive uma relação muito forte com a minha mãe, lógico que todos os filhos, as filhas tiveram, mas como eu era a caçula, fiquei mais tempo com ela, e mesmo depois de ter casado continuamos morando juntas.

Estava grávida da Maria Eduarda quando descobrimos que ela estava com câncer, os médicos já diziam que era praticamente impossível a cura.

No dia 26 de Janeiro de 2001, no final da tarde ela estava internada em um hospital fazendo uma cirúrgia de risco e eu, em outro, fazendo cesarena para o nascimento da Maria Eduarda.

Viemos as duas para casa, pós-cirúrgia.

Mesmo ela estando cada vez mais debilitada, cuidou e deu muito carinho para a sua neta.

Batizamos a Maria Eduarda principalmente por que ela fazia questão, nunca “bati de frente” com as convicções da minha mãe, por que aprendi a respeitá-la acima de tudo.

Tenho certeza que muito do que eu sou hoje, é fruto dos exemplos da minha mãe!

Uma mulher que ENFRENTOU a vida com todas as suas forças, que na hora que precisou assumir sozinha a sua casa, seus filhos, o fez, sem  deixar de lado a sua dignidade, a sua moral, sem baixar a cabeça diante das adversidades!!

E isso, não cabe  somente às mulheres! Às mães…Isso diz respeito a qualquer pessoa que não está aqui somente a “passeio”!

Somos as mulheres de todos os dias…….Somos as mães de todos os dias  Somos os homens de todos os dias…..as crianças…..

E toda vez que formos merecedores de  homenagens, que alguém saiba fazê -las…

E que nós saibamos recebê-las….

Obrigada minha mãe, por tudo o que deixou para mim, pois foi muito mais importante do que qualquer bem material, é o que me faz uma pessoa melhor a cada dia!!

Que eu  esteja no caminho certo! Que as minhas filhas tenham o mesmo orgulho de mim quando crescerem!

Uma ótima semana para você!!

Fique com Deus!

Super beijo,

Márcia